O trauma na coluna vertebral é muito frequente e que dependendo da altura da lesão, pode gerar danos mais graves ao indivíduo, que na maior parte das vezes, se trata de uma pessoa jovem.
A coluna vertebral é composta por 33 vértebras, doze torácicas que vão de T1 até T12, cinco lombares. As vértebras são unidas por vários ligamentos e entre uma e outra existe um disco cartilaginoso semelhante a um anel cuja função é reduzir o impacto.
Situações de Risco
Acidente automobilístico: No Brasil, os acidentes de trânsito são a principal causa dos traumas na coluna vertebral. Incluindo os casos mais graves, que podem levar a vítima a óbito instantaneamente.
Quedas: Na maioria quedas de lajes, que pode acontecer tanto com adultos que muitas vezes está alcoolizado, quanto com crianças que brincam na laje. Geralmente a queda é de lado e a vítima dobra a cabeça sobre o ombro e a coluna, que é o eixo central do corpo, não suporta o impacto e rompe em algum lugar ou então, ao cair sentado, as vértebras que formam o cóccix e a bacia empurram as outras para cima e a coluna sofre um achatamento com consequências desastrosas.
Arma de fogo: Um dos casos mais frequentes, depois de acidentes, que dependendo da altura da lesão pode gerar danos irreversíveis,
Mergulho: Apenas no Brasil, há aproximadamente 1.500 de casos por ano de lesão cervical completa decorrente de mergulho em águas rasas.
Ao mergulhar sem conhecer a profundidade do lugar, em geral, o mergulhador bate a cabeça e como normalmente percebe que vai bater, por instinto é normal virar a cabeça. Essa torção fragiliza a coluna cervical e favorece a ocorrência de lesões nessa área.
Consequência da Lesão na Coluna
As consequências do trauma estão relacionadas com a altura em que ocorreu a lesão.
Abaixo da sexta vértebra cervical: O paciente preserva movimentos nos braços, pois os nervos responsáveis por eles não foram afetados, mas perde o movimento das pernas, o que também acontece se o trauma afetar a coluna torácica e o começo da coluna lombar.
Acima da sexta vértebra: Este tipo de lesão pode deixar o indivíduo tetraplégico.
Acima de C4: Esta lesão interrompem o controle da respiração e a vítima para de respirar instantaneamente, causando a morte, mesmo que não apresente nenhum ferimento aparente. Este quadro é o mais grave e é mais comum em acidentes automobilísticos por causa do uso incorreto do cinto de segurança ou porque o banco do carro não possui o equipamento ideal para apoiar a cabeça e minimizar o movimento de chicote (movimento para frente e para trás da cabeça provocado pela freada brusca de um veículo em velocidade).
Tipos de Lesões
Infelizmente, o caso mais frequente de trauma na coluna vertebral é a que provoca a ruptura completa da medula e não apenas uma compressão, o que pode não ter retorno.
Secção Parcial da Medula: Dependendo do grau da lesão, o paciente continua sendo capaz de realizar alguns movimentos, mantém o controle da bexiga, a função sexual e a sensibilidade.
Lesões lombares baixas: Os pacientes preservam o controle vesical. Se ocorrerem na área de transição entre a coluna torácica e lombar, ou acima, dificilmente esse controle será mantido.
Lesão da medula incompleta: Alguns pacientes permanecem com reflexo na bexiga e determinadas cirurgias ajudam a evitar as sondagens intermitentes. A proposta de uma delas é dilatar o espaço por onde sai a urina a fim de que, fazendo uma pressão manual sobre a bexiga, a pessoa consiga esvaziá-la um pouco.
Mesmo nos casos de lesão completa é possível ampliar a capacidade da bexiga para reter urina e, em vez de três ou quatro sondagens por dia, uma ou duas podem ser suficientes para esvaziá-la.
Em casos em que a medula foi seccionada, não há o que fazer.
Tratamento e Reabilitação
O processo de reabilitação é lento e depende muito do tipo de lesão, idade e comorbidades da vítima.
O principal objetivo da reabilitação é tentar recuperar o máximo possível das funções neurológicas necessárias a uma rotina de atividades de vida diária, com o menor grau de dependência possível.
A recuperação consiste na prevenção e correção de espasticidade, alongamento e melhora da mobilidade. Em geral, espera-se que isto seja feito com equipe profissional, em ambiente próprio.
Prevenção
Mais importante que o tratamento seria a prevenção. Assim, todo o cuidado é pouco e devemos ficar atentos com situações rotineiras, como pular de cabeça em piscinas, dirigir carro sem o cinto de segurança, andar de moto sem capacete, praticar esportes com maior risco de queda sem um profissional habilitado por perto e sem o material e segurança necessário. Embora seja sabido que existem acidentes que ocorrem independentemente de nosso cuidado, atitudes preventivas sempre minimizarão estes riscos.
O que fazer se estiver ao lado de alguém que possa ter um trauma na coluna vertebral?
O melhor é movimentar a vítima o menos possível. Por quê? Porque pode ter ocorrido uma fratura não de vértebras, mas de ligamentos entre um osso e outro. Tentar pegá-la no colo ou transportá-la para outro lugar, pode fazer com que flexione demais a cabeça para trás ou para frente e seccione a medula que não tinha sofrido uma lesão.
Por fim, é importante salientar que a medicina vem evoluindo muito: os tratamentos têm trazido grande sucesso para colunas lesionadas, oferecendo esperança e qualidade de vida para os pacientes.
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